quarta-feira, 18 de março de 2009

Review de Madworld do StartSelect

Por algum motivo misterioso, talvez por uma maldição depois de terem retirado o sangue da versão do Mortal Kombat I de Snes, os consoles Nintendo sempre recebem algum jogo que acaba chamando atenção pela violência no conteúdo, e MadWorld é a bola da vez.


Desenvolvido pelos perdedores da Clover Studio pela Platinum Games, formada pelos ex funcionários da Capcom, finalmente temos agora a possibilidade de avaliarmos se desta vez um jogo feito por estes caras sobreviveu ao hype (me perdoem fãs de Okami), e pelo que parece, a Platinum tem aprendido bastante com sua própria experiência.

MadWorld é ambientado em Varrigan City, uma cidade que foi sitiada por criminosos e onde está ocorrendo um programa de TV chamado DeathWatch, uma espécie de mata mata cyberpunk. Você controla o parrudo Jack e vai abrindo caminho pelo enredo com uma pequena ajuda da sua motosserra.

O visual do jogo é impressionante, não vou ser ridículo de tentar descobrir a qualidade gráfica ou quantos vírgula 3 por cento da capacidade do Wii foram usados, mas a escolha pelo cell shading e os tons de preto, branco e vermelho, dão uma “curiosidade” ao olhar que te deixa sempre preso ao visual, não se tornando cansativo como eu achei que fosse ser.

O enredo se desenvolve de uma maneira preconceituosamente inesperada, algumas revelações e várias piadinhas e frases de efeito deixam bem charmosa essa parte. Já a parte que chega aos ouvidos cumpre o seu papel, os efeitos estão ok, e a trilha sonora... bem... eu particularmente não gostei do estilo que eles adotaram, um hip hop com uma temperada de rock em alguns momentos. Mas devo confessar que combina muito bem com a atmosfera do jogo e são muito bem produzidas as músicas; durante o jogo INTEIRO ficam dois comentaristas narrando sua performance, eles são engraçados e falam umas coisas geniais, mas chega um determinado momento que eles te irritam por falarem demais e por repetirem algumas frases de vez em quando, mas bem de vez em quando mesmo.

A jogabilidade ficou extremamente bem adaptada às aeróbicas do Wiimote e deixam a experiência do banho de sangue ainda mais imersiva e só dói o braço quando surge alguma situação daquelas que nos consoles tradicionais vc teria que apertar loucamente um botão, mas no Wii, você chacoalha. Os inimigos têm uma variação razoável, e os chefes são um destaque a parte apesar de não terem uma personalidade muito bem definida ou explorada.


É engraçado notar que se você já jogou alguns jogos desse pessoal da Platinum, ou da Clover, eles parecem ter o costume de referendar seus jogos com algum ponto que não seja de fato a jogabilidade, como foi com o controle do tempo no Viewtfull Joe, a arte japonesa em Okami, ou o “sei lá o que diabos tentaram fazer e falharam” com God Hand.

Em MadWorld esse destaque com certeza foi o sangue, a violência gratuita do jogo me faz lembrar de algo que eu não vejo desde qdo joguei Wild 9 do PS1, o sadismo; MadWorld te oferece tantas possibilidades de “morte” que em alguns momentos eu me flagrava tendo a sensação de não estar mais jogando um beat and up, mas sim um jogo de exploração onde eu tivesse que achar novos lugares ou formas de matar.

Se você ligar estes 3 pontos que: a) é um beat n’ up; b) você largou pela metade, Okami, God Hand, Viewtfull Joe ou algum outro jogo dessa equipe que a Wikipédia possa apontar; c) matar matar matar; talvez você possa achar que o jogo se torne enjoativo ou repetitivo demais, mas por estranho que possa soar, ele não se torna, as missões ou fases têm o tamanho ideal e a variedade de possibilidades ideais pra que você mude de ambiente assim que começar a suspeitar que está cansando.

A maioria das fases você tem uma série de pontuações a serem alcançadas e assim liberar o próximo level ou obstáculo da missão, o que me faz lembrar como as fases de moto infelizmente são monótonas como as fases de bônus de Earthworm Jim 1, mas ainda bem que são poucas e não chegam a se tornar um problema maior.

Alguns podem achar o jogo curto, mas quando eu me perguntei isso eu imaginei que pra proposta e pro desenrolar das coisas, o tamanho do jogo ficou adequado, qualquer enrolação a mais e você já poderia suspeitar de que a Sega (publisher do jogo) andou emprestando funcionários do Sonic Team pra ajudar no desenvolvimento.

A única verdadeira reclamação que eu tenho a fazer, é um tanto subjetiva, o jogo não tem “sex appeal” talvez pela proposta de ser um jogo “ultraviolence”, MadWorld é um pouco “seco” quando você analisa as coisas além do visual e do sangue jorrando, ele tenta colocar um humor, uma seduçãozinha, mas por algum motivo ele não consegue ter a sutileza de te conquistar, dá a impressão de que não tem nada por trás daquilo, o que provavelmente é verdade num jogo que faz questão de banalizar a violência.

Quando você fecha o jogo, não tem muito o que fazer exceto se você curtir rejogar tudo novamente com algumas coisinhas a mais, já o modo coop que você libera jogando single, pelo que parece são apenas os desafios do Black Baron, e não o modo story.

MadWorld no fim das contas faz jus a toda a violência e qualidade de conteúdo que possui, não é um jogo perfeito, mas cumpre sua proposta com bastante competência. E quando jogarem, não se esqueçam de verem um dos créditos mais bem bolados e engraçados dos últimos tempos.

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