quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Star Wars The Force Unleashed

Shhh-huuu... Shhh-huuu. Star Wars, do brilhante George Lucas, é uma das sagas mais respeitadas dos cinemas e já recebeu diversos games para todas as plataformas possíveis. Mas os fãs sentiam falta de um jogo com uma trama mais madura e duelos de sabre de luz mais consistentes. Eis então que a LucasArts trouxe The Force Unleashed, um dos games multiplataformas mais comentados neste ano.

Em uma galáxia muito, muito distante...

Tudo começa com Darth Vader viajando para Kashyyyk com apenas uma missão: destruir um antigo Jedi, um dos últimos remanescentes daquela época. Durante o combate, entretanto, Vader encontra a verdadeira fonte da poderosa Força que ele sentia: o pequeno filho do seu adversário. Sem hesitar, o Sith mata o pai e captura a criança para iniciar um intenso treinamento com ela.

É assim que somos introduzidos ao aprendiz secreto de Vader, também conhecido como Starkiller. O Aprendiz é sangue-frio, calculista e lembra muito o jovem Anakin pouco antes da queda. Ele é extremamente poderoso, tanto na luta de sabres como no domínio da Força - mais do que isso, a verdade é que corre sangue Jedi em suas veias, e o jovem precisa enfrentar muitos conflitos internos para finalmente entender se o seu destino é ser um Jedi ou aliar-se por completo ao lado negro da Força como um Sith.

Força para mover montanhas

Durante a primeira fase, que também serve como um tutorial para os botões principais, você vai controlar Darth Vader e precisará trocar sopapos com muitos “chubacas” (Wookiees) que encontrar pelo caminho. Vader é um pouco lento, mas é capaz de matar qualquer adversário em questão de segundos apenas sufocando-o com a Força. Depois, é hora se assumir definitivamente o controle do Aprendiz no jogo.

O Aprendiz é mais ágil e, já que é o personagem principal, possui uma infinidade surpreende de combos - que você aprende pouco a pouco conforme avança na trama.

Em The Force Unleashed, a Força é um dos principais elementos. Praticamente tudo no cenário é destrutível. É muito legal arrancar uma pilastra ou a cabeça de uma estátua enorme e arremessá-la contra um pobre soldado, ou simplesmente levitar o inimigo e depois eletrocutá-lo até a morte. Nos combates de espada, a extensa lista de combos só consegue empolgar mais. Às vezes o próprio inimigo começa a defender seus golpes e então fica aquele som de sabres se chocando ferozmente igual nos filmes.



Extras motivadores

Mas não só de intensas lutas “esmaga botão” é que vive Star Wars: TFU. Nos momentos de exploração solitária, basicamente tudo o que você tem a fazer é seguir o indicador do mapa no canto superior direito da tela. Ele lhe indica exatamente para onde você deve ir.

Sua primeira missão no comando do Aprendiz é derrotar o Mestre Jedi Kahm Kota. E esta é a ordem geral do jogo: receba uma missão de Vader e viaje para o planeta em questão feito um carrasco obediente; termine o serviço, volte e repita o processo em um lugar diferente. É um pouco repetitivo, mas os elementos extras e o enredo em si já garantem que você continue a jogar.

Na transição entre uma fase e outra, você tem a sua “fortaleza da solidão”, chamada no game de Rogue Shadow, para equipar itens, ver artworks destravadas, subir o level dos seus combos, trocar a roupa do Aprendiz e trocar a cor do sabre (tem vermelho, amarelo, rosa, lilás, azul e a aquarela inteira). Sempre ao abater um inimigo, você ganha Force Points para trocar por upgrades para o seu golpe. Um último extra é que, escondido por todas a fases, há hologramas em forma de cubo para vocë coletar - são 200 ao todo.

A lenta câmera, por sua vez, atrapalha bastante, mas principalmente durante a luta contra chefões. Em outras situações mais tranqüilas você pode simplesmente parar e ajustá-la manualmente. Enfim, a câmera não é nada intuitiva, porém também não é motivo para você desligar o videogame de raiva e usar de freesbie o disco do jogo. A parte sonora é espetacular, digna da série Star Wars. Destaque especial para a fase em que o Aprendiz retorna a Kashyyyk após muitos anos.

Batalhas contra chefões: um show a parte

Que muitos inimigos vão aparecer para não lhe dar sossego você já sabe, mas há algo mais em TFU que merece uma menção especial: os chefões. Aqui eles são, em geral, gigantescos e ameaçadores – ou bastante habilidosos com a Força, no caso do adversário ser um Jedi.

Ao entrar em uma dessas lutas, a câmera muda levemente para um ângulo lateral, quase como em um jogo de luta arcade. A jogabilidade em si é a mesma, mas a luta é mais disputada e emocionante.

Em certos momentos você precisa apertar a seqüência de botões que é imposta na tela para se dar bem durante uma dividida de ataques. Em outros, você também precisa fazer uma seqüência para finalizar a luta – exatamente como em God of War. As animações dos “golpes de misericórdia” são lindas - por exemplo em uma delas o Aprendiz entra dentro do robô gigante, dá umas espadadas por dentro com o sabre de luz, depois volta para o solo e usa a Força para transformar o robô em bola de sucata.

O diferencial “Wii”

Mas e os controles do Nintendo Wii, se adequaram bem ao jogo? A resposta é sim, com certeza. Você movimenta o Wii Remote para atacar com o sabre de luz e o Nunchuk para controlar a Força. No speaker do Wii Remote, aliás, você escuta os sons que o sabre produz.

Lutando contra os inimigos, a movimentação com o controle é aleatória como a espada de Link em Zelda Twilight Princess – até dá para cortar para a esquerda ou para a direita quando quiser, mas o movimento tem que ser feito bem lentamente, então na hora da ação você só vai querer saber de agitar o Wii Remote feito um louco.

Com o Nunchuk você controla a direção do objeto que estiver segurando. É um pouco difícil no início, mas com um o tempo você se acostuma.

A lista extensa de combos que são aprendidos ao longo das fases ficam ainda mais interessantes usando os controles do console branco da Nintendo. É sempre necessário apertar algum botão e fazer algum gesto ao mesmo tempo. Por exemplo para soltar algo parecido com um “hadouken” você primeiro dá “um soco no ar” com o Nunchuk e em seguida aperta o botão C.

Outro destaque para a versão Wii de The Force Unleashed é o exclusivo Duel Mode. Neste modo de duelo você enfrenta seus amigos em multiplayer local, no mesmo estilo das empolgantes lutas contra chefões. Mas o mais legal é há personagens de todos os episódios da saga Star Wars, incluindo Anakin Skywalker, Obi-Wan Kenobi e tantos outros rostos conhecidos. Só é uma pena que o modo não aceita lutas contra a Inteligência Artificial, então se você só tem 1 Wii Remote e 1 Nunchuk vai ficar só na vontade.




Star Wars: The Force Unleashed é relativamente fácil e curto. A versão para Xbox 360 e PlayStation 3 são idênticas e têm o charme do Aprendiz segurar o sabre de luz ao contrário.

A versão mais divertida e empolgante é a do Wii, tanto para o fã, quanto para quem está pensando qual próximo jogo comprar para a plataforma da Nintendo. Os gráficos, claro, não chegam perto dos consoles da Microsoft e Sony, mas a jogabilidade faz toda a diferença – devido a safra em baixa ultimamente, Star Wars: The Force Unleashed é facilmente um dos melhores títulos third-party do Wii nos últimos meses.

No fim das contas, apesar de alguns erros, a LucasArts fez um bom trabalho com este episódio completamente novo de Star Wars. Após você se acostumar com o ritmo apelativo e "fácil", tudo fica ainda mais interessante. O Aprendiz é o vilão-herói ideal nos videogames, de poucas palavras e muito frieza na hora de agir. Agora resta o sonho de uma continuação ainda melhor…

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